CNBB pede perdão a vítimas de abusos sexuais
O Globo
Jailton de Carvalho
BRASÍLIA - A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) pediu nesta quinta-feira perdão às vítimas de abusos sexuais cometidos por padres e bispos, entre outros religiosos, nos últimos anos.
O pedido de desculpas consta da declaração final da 48ª Assembleia Geral da entidade. No documento, os líderes da Igreja reconhecem o mal causado pelos abusos e defendem apuração rápida dos crimes.
A CNBB promete mais rigor na seleção de futuros eclesiásticos, o que pode dificultar a entrada de homossexuais na Igreja.
"Os bispos reconhecem o mal irreparável a que foram acometidas as vítimas e suas famílias; a elas dirigem seu pedido de perdão, acompanhado das suas orações, prometendo envidar esforços para ajudá-las na superação de tão grande mal e seus traumas subsequentes, e oferecer-lhes apoio psicológico e espiritual", diz a nota assinada por dom Geraldo Lyrio Rocha, presidente da CNBB, e outros dirigentes. É a primeira vez que a CNBB faz um pedido formal de perdão coletivo às vítimas dos crimes sexuais de religiosos.
Até então, os comentários sobre o assunto se restringiam a casos específicos. Escândalos sexuais envolvendo religiosos, alguns acusados de pedofilia, têm sido fonte de desgaste da Igreja Católica no Brasil, na Europa e nos Estados Unidos. Na declaração, a CNBB reafirmou o "compromisso e empenho na investigação rápida e eficaz dos casos de abuso sexual na Igreja, em que padres e religiosos são acusados, tomando as medidas canônicas e civis cabíveis".
Pela primeira vez a CNBB promete medidas preventivas rigososas. Para a conferência, a formação dos futuros padres deve "ater-se às Instruções de Discernimento Vocacional acerca das pessoas com tendências homossexuais e da sua admissão ao Seminário e às Ordens Sacras".
A entidade avisa que fará "acurada seleção dos candidatos ao seminário" para admitir pessoas com "indispensável saúde física e mental, equilíbrio moral, psicológico e espiritual".
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