sexta-feira, 18 de novembro de 2011

De encenações à missa: saiba como se celebra o Natal (Postado por Danuza Peixoto)



O dia 25 de dezembro foi determinado com a data oficial do nascimento de Jesus Cristo pelo papa Júlio I, no século 4. Com isso, os católicos aceitam a data como o aniversário de Jesus. Já os protestantes, não. Apesar de comemorarem a ocasião festiva, estes não acreditam na determinação do papa Júlio I como verdadeira.

De acordo com Hugo Soares, doutorando em antropologia social pela Universidade Estadual de Campinas e professor da Universidade do Vale do Paraíba (Univap), o que mais conta para os cristãos em geral é a mensagem que o Natal simboliza. "Não existem evidências históricas da real data do nascimento de Cristo. O que há de consenso entre os cristãos é a mensagem que Jesus trouxe aos homens. Ele deixou uma nova lei marcada pelo amor ao próximo e pela tolerância. Isso coloca como preocupação secundária para os fiéis a data precisa do nascimento de seu messias", explica Hugo.

Como um momento destinado a relembrar o nascimento de Jesus, seja por cristãos católicos ou protestantes, o Natal apresenta poucas diferenças de comemoração entre essas religiões. As semelhanças se evidenciam na maneira de encarar o sentido do Natal e na sua importância para o pensamento cristão.

Rituais e orações
Com costumes mais ligados a rituais, os católicos contam com um número muito maior de cerimônias do que os protestantes. Suas comemorações musicais, com cantatas de Natal e peças teatrais, começam a ser preparadas normalmente no final do mês de novembro e se estendem até meados de dezembro.

Já no dia de Natal, celebram uma missa especial, realizada tradicionalmente à meia-noite, que recebe o nome de Missa do Galo. Ela é chamada assim porque o galo é a primeira ave a ver os raios do sol, tanto que canta de madrugada, e o único dia do ano em que não precisa cantar é a noite de Natal, porque os homens cantam em seu lugar.

Para os protestantes, as celebrações se resumem a orações e apresentações musicais que contam os feitos e maravilhas do filho de Deus.

Fé e comércio
Embora muitas pessoas acreditem que a real comemoração de Natal foi parcialmente esquecida porque a data se tornou uma festa para troca de presentes, Hugo acredita que isso não é verdade. "Como uma festa religiosa, o Natal também se configura como uma festa cultural. Acredito que a mudança na forma em comemorar a data reflita nos aspectos religiosos e na vida social", diz.

Para ele, embora o aspecto comercial seja inegável, a data favorece a reflexão e a fé. "Existe, sim, um apelo comercial gritante na época, tanto para cristãos quanto para não cristãos", avalia. "Mas acredito que o clima de comunhão entre os povos, independentemente da crença que professem, fica mais evidente no Natal. Com isso, há espaço para uma reflexão mais profunda sobre a própria fé", finaliza Hugo.

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