A lembrança da médica Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança e morta durante um terremoto no Haiti em 2010, faz a aposentada Teresinha Cardoso, 60, chorar.
"Rezo muito para ela, todo dia", diz. Voluntária da Pastoral, ela ora
por um neto. A nora já perdeu dois bebês. "Neste ano, vou ganhar um e
dar esse testemunho."
A médica que já recebe orações e cujo trabalho popularizou o soro
caseiro, salvando crianças da desnutrição, será homenageada num
megaevento neste sábado (10), marcando o início do seu pedido de
beatificação.
São esperadas 40 mil pessoas numa cerimônia no estádio Arena da Baixada, em Curitiba (sede da Pastoral).
Memorial de Zilda Arns
Na ocasião, uma moção com cerca de 200 mil assinaturas pedindo a
beatificação será entregue à arquidiocese de Curitiba, responsável pela
abertura do processo.
Pelas regras da Igreja Católica, o processo só pode ser iniciado após
cinco anos da morte do candidato, que, no caso de Zilda, serão
completados no próximo dia 12.
Para ser proclamada beata, ela precisa ter reconhecido seu caráter de
santidade, ou seja, viver as virtudes do cristianismo com excelência, e
ter feito um milagre. No segundo, vira santa.
O processo é "rigorosíssimo" e leva vários anos, explica o teólogo
Angelo Ricordi, do Grupo Marista de Curitiba. A avaliação final e a
homologação cabem ao Vaticano.
O primeiro passo é o reconhecimento público do caráter de santidade de Zilda, que o evento deste sábado pretende evidenciar.
Milhares de visitantes chegam em caravanas, após viagens de até 32
horas. Para irem ao estádio, terão uma linha de ônibus especial, criada
pela prefeitura.
O ato acontece das 19h às 22h. O custo do evento foi estimado em R$ 6 milhões. Será pago pela Pastoral, com a ajuda de doadores.