terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Procissão de São Sebastião começa com a participação de milhares de fiéis

Pela primeira vez em 15 anos, estátua do santo, restaurada, deixa paróquia na Tijuca e segue até a Catedral Metropolitana

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domingo, 18 de janeiro de 2015

Beatificação de Zilda Arns: mais de 260 mil assinaturas foram coletadas

  • 18/01/2015 10h54
  • Brasília
Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil* Edição: Valéria Aguiar
A coordenadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns (Wilson Dias/Agência Brasil)
Beatificação de Zilda Arns: mais de 260 mil assinaturas foram coletadasWilson Dias/Arquivo Agência Brasil
Os sinais foram muitos para que Zilda Arns não viajasse para Porto Príncipe, no Haiti, em 2010. "Todos diziam não vá. Ela estava cansada. As coisas estavam dando errado, ela não tinha o visto ainda", relata o arcebipo da Paraíba e presidente do Conselho Diretor da Pastoral da Criança, dom Aldo Pagotto. Até o convite formal para a viagem, enviado pelo correio e por e-mail e que ela deveria confirmar, não chegou. "Mas, ela era muito teimosa e disse que, aonde houvesse missão, iria". Há cerca de cinco anos, no dia 12 de janeiro de 2010, Zilda Arns morreu enquanto discursava, vítima do terremoto que atingiu o país.
Não foi a primeira vez que a médica abriu mão dos próprios interesses para se colocar a disposição dos demais. Decorridos cinco anos de sua morte, prazo mínimo para que seja aberto processo de beatificação, milhares de fiéis pedem que o processo, que é um passo para que ela se torne santa, seja aberto. As moções de apoio somam 260 mil assinaturas.
A médica sanitarista e pediatra Zilda Arns Neumann é reconhecida nacional e internacionalmente por ter fundado a Pastoral da Criança e posteriormente a Pastoral da Pessoa Idosa. Ela desenvolveu um trabalho de prevenção com famílias carentes e ensinando muitas mães a preparar o soro caseiro. Por meio desta e de outras ações, ela ajudou a combater a desnutrição no Brasil.
Para dom Aldo, o objetivo não é apenas reconhecê-la como santa, "fazer uma estátua e colocar no altar". "É pedir que se comece o reconhecimento das virtudes que tinha. Ela salvou milhares de vidas, não só combatendo a mortalidade infantil, mas trabalhando na prevenção de doenças que são curáveis, passando saberes a gestantes e mães muito pobres", diz.
A entrega oficial da moção que solicita a abertura do processo de beatificação de Zilda ocorreu no dia 10 de janeiro, durante celebração no Estádio Arena da Baixada Clube Atlético Paranaense, à Arquidiocese de Curitiba, que deverá conduzir o processo. Uma equipe que contará com um postulador e um historiador, entre outros integrantes, deverá reunir fatos que comprovem as virtudes heroicas de Zilda. Posteriormente, o trabalho será remetido ao Vaticano, que dará o veredito para a beatificação.
Para tornar-se beata, é necessária a comprovação de um milagre por sua intercessão. Após a beatificação, segue o processo de canonização, que reconhece a pessoa como santa. Não há prazo para que isso ocorra. Canonizada, Zilda se juntará ao Santo Antônio de Sant'Ana Galvão, o primeiro nascido no Brasil.
"Muitos que nos encontravam diziam que rezavam e pediam muito para ela. O mais curioso é que não pediam coisas para si. As pesssoas pediam pela comunidade, pelas crianças, pela vida dos vizinhos. Isso que mais me chamou atenção", disse o coordenador nacional adjunto da Pastoral da Criança, Nelson Arns Neumann, filho de Zilda, sobre os depoimentos colhidos na celebração do dia 10.
Médico, Neumann seguiu os passos da mãe. Sobre a profissão diz: "O comentário dela em família era que a opção deveria ser pelo que trouxesse satisfação pessoal e condições de sustentar a família. Mas que seria incompleta se não servisse a comunidade". Uma lembrança que guarda de Zilda é dos atendimentos que ela fazia quando a família ia para a chácara no final de semana. "Muitas pessoas procuravam [minha mãe] no sábado e domingo com os filhos doentes. Depois de atendidos, perguntavam qual era o pagamento. Ela respondia que deveria rezar três Ave Marias e um Pai-Nosso."
Pelo seu trabalho, Zilda Arns recebeu o título de Cidadã Honorária de 11 estados e 37 municípios brasileiros, 19 prêmios nacionais e internacionais e dezenas de homenagens de governos, empresas, universidades e outras instituições, pelo trabalho feito na Pastoral da Criança.
Hoje, a pastoral está presente em todos os estados brasileiros e em mais 21 países da África, Ásia, América Latina e do Caribe. No Brasil, conta com quase 200 mil voluntários e atende a 45 mil comunidades.

Perguntada por que Zilda deve ser beatificada, a religiosa Rosangela Maria Altoé, da Congregação das Irmãs de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, que viajou com ela para o Haiti, disse: "Porque foi uma mulher que em sua ação não excluiu ninguém. A pastoral beneficia a todos, não importa religião, sexo, etnia, política.Todos estão incluídos."

Eentre as características da médica, Rosangela destaca a simplicidade, “sua capacidade de transformar o conhecimento científico de maneira simples para que fosse compreendida pelas pessoas que não tiveram oportunidade de estudar. Sua simplicidade ousada em um sorriso fácil, nas relações que estabelecia”.
Ela conta que Zilda não parou de trabalhar desde o momento em que chegaram ao Haiti, no dia 11 de janeiro de 2010. No mesmo dia, ela começou a dialogar com os religiosos presentes que a conheciam. No dia seguinte, a primeira ação foi conhecer e conversar com gestantes e outras tantas mulheres haitianas que aguardavam por alimento para seus filhos. “Sua morte se deu em pleno momento de uma missão que assumiu com entusiasmo, responsabilidade e ao mesmo tempo profissionalismo e que foi o motivo de grande entusiasmo e luta em favor da vida”, explicou.
Em seu último discurso, Zilda ressaltou que, para que haja uma transformação social, é necessário o investimento máximo de esforços para o desenvolvimento integral das crianças, ação que deve começar ainda na gravidez.
“Não existe ser humano mais perfeito, mais justo e mais solidário e sem preconceitos que as crianças. Como os pássaros que cuidam dos seus filhos ao fazer um ninho no alto das arvores e nas montanhas longe dos predadores, ameaças e perigos, e mais perto de Deus, devemos cuidar de nossos filhos com um bem sagrado, promover o respeito a seus direitos e promovê-los”, disse a médica na ocasião.
* Colaborou Aline Leal

domingo, 11 de janeiro de 2015

Papa pede mais regulação dos mercados e nega ser marxista

"Os mercados não podem gozar de autonomia absoluta", disse Francisco.
Pontífice exigiu mais ética na economia e melhor distribuição de recursos.

Da Reuters

O papa Francisco pediu mais regulação dos mercados financeiros e rejeitou as sugestões de que suas críticas ao capitalismo sejam fruto de uma formação marxista.
"Os mercados e a especulação financeira não pode gozar de autonomia absoluta", disse ele em entrevista publicada neste domingo no jornal La Stampa, exigindo mais ética na economia e uma melhor distribuição dos recursos da Terra.
"Nós não podemos esperar mais tempo para resolver as causas estruturais da pobreza, a fim de curar nossa sociedade de uma doença que só pode levar a novas crises", disse ele.
Católicos conservadores, particularmente nos Estados Unidos, têm criticado algumas declarações anteriores do Papa sobre economia, com vários chamando-o abertamente de marxista. Mas o papa argentino disse que estava apenas indicando os ensinamentos da Igreja.
Gaivota voa próxima à janela do Papa Francisco durante oração do Ângelus, na Praça de São Pedro, no Vaticano, neste domingo (11) (Foto: Giuseppe Cacace/AFP)Papa Francisco durante oração do Ângelus, no
Vaticano, neste domingo (11)
(Foto: Giuseppe Cacace/AFP)
"Se eu repetir alguns sermões dos primeiros padres da Igreja no século II ou III sobre como os pobres devem ser tratados, alguns me acusariam de pregar uma homilia marxista", disse. "O Novo Testamento não condena a riqueza, mas a idolatria da riqueza."
Ele condenou os enormes salários e bônus, chamando-os de sintomas de uma economia baseada na ganância, e também disse que a especulação com commodities de alimentos está minando a luta global contra a pobreza e a fome.
A entrevista faz parte de um capítulo de um livro italiano a ser publicado esta semana.
 
 
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sábado, 10 de janeiro de 2015

Evento em estádio pede beatificação de Zilda Arns




A lembrança da médica Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança e morta durante um terremoto no Haiti em 2010, faz a aposentada Teresinha Cardoso, 60, chorar.
"Rezo muito para ela, todo dia", diz. Voluntária da Pastoral, ela ora por um neto. A nora já perdeu dois bebês. "Neste ano, vou ganhar um e dar esse testemunho."
A médica que já recebe orações e cujo trabalho popularizou o soro caseiro, salvando crianças da desnutrição, será homenageada num megaevento neste sábado (10), marcando o início do seu pedido de beatificação.
São esperadas 40 mil pessoas numa cerimônia no estádio Arena da Baixada, em Curitiba (sede da Pastoral).
Memorial de Zilda Arns
Na ocasião, uma moção com cerca de 200 mil assinaturas pedindo a beatificação será entregue à arquidiocese de Curitiba, responsável pela abertura do processo.

Pelas regras da Igreja Católica, o processo só pode ser iniciado após cinco anos da morte do candidato, que, no caso de Zilda, serão completados no próximo dia 12.
Para ser proclamada beata, ela precisa ter reconhecido seu caráter de santidade, ou seja, viver as virtudes do cristianismo com excelência, e ter feito um milagre. No segundo, vira santa.
O processo é "rigorosíssimo" e leva vários anos, explica o teólogo Angelo Ricordi, do Grupo Marista de Curitiba. A avaliação final e a homologação cabem ao Vaticano.
O primeiro passo é o reconhecimento público do caráter de santidade de Zilda, que o evento deste sábado pretende evidenciar.
Milhares de visitantes chegam em caravanas, após viagens de até 32 horas. Para irem ao estádio, terão uma linha de ônibus especial, criada pela prefeitura.
O ato acontece das 19h às 22h. O custo do evento foi estimado em R$ 6 milhões. Será pago pela Pastoral, com a ajuda de doadores.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Mais de 1 milhão de fiéis participam de procissão do Nazareno Negro em Manila

Mais de um milhão de católicos se reuniram nesta sexta-feira nas ruas de Manila, a capital das Filipinas, para acompanhar a procissão do Nazareno Negro, um dos principais eventos religiosos do país, a menos de uma semana da visita do papa Francisco.


Munidos de camisetas com imagens de Jesus, os fiéis fazem oferendas para que sejam abençoados pela estátua milagrosa, à qual atribuem poderes curativos.
A procissão, que começou durante a manhã e vai até o início da noite, percorre algumas das zonas mais antigas de Manila.
Os organizadores relataram que levaram mais de duas horas para conseguir controlar a situação devido à multidão de fiéis que comparecem ao evento religioso anual, segundo o jornal "The Inquired".
Ao menos uma pessoa morreu, após sofrer um infarto quando se encontrava próxima da estátua, reportou Johnny Yu, porta-voz da Agência de Gestão e Redução de Risco de Desastres.
O papa Francisco visitará as Filipinas, o maior país católico da Ásia, entre os dias 15 e 19 deste mês. O pontífice deve ir até a cidade de Tacloban, que há pouco mais de um ano foi arrasada pelo tufão Haiyan.
Cerca de 90% dos 120 milhões de filipinos são cristãos, dos quais 80% são católicos e os outros 10% seguem outras vertentes.
O Nazareno Negro chegou a Manila no dia 31 de maio de 1606 em um galeão vindo de Acapulco, no México, que, segundo a lenda, se incendiou próximo do litoral filipino.
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Uma crença popular afirma que o calor das chamas deu à imagem sua característica cor escura, mas outra versão atribui tal peculiaridade ao artesão mexicano que a elaborou, que quis estampar sua tonalidade de pele na obra.