quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

‘Rolava tudo’, diz Thalles sobre vida antes de sucesso na música gospel (Postado por Lucas Pinheiro)

 O mineiro Thalles conta 600 mil discos vendidos em três anos de carreira na música gospel. Filho de pastores evangélicos, passou por mais de uma década de trabalho nos bastidores da música secular – compôs “Lindos olhos” para Seu Jorge, foi vocalista de apoio do Jammil e Uma Noites e Jota Quest. Foi em turnê com a banda conterrânea que ele teve uma epifania.

“Eu estava em um hotel em Curitiba com um amigo no quarto, a gente estava usando drogas. Ele começou a me agredir com algumas palavras, dizendo que meu objetivo era destruir a vida das pessoas. Ele me ofendeu muito. Naquele momento eu comecei a refletir sobre tudo o que eu estava fazendo”, diz Thalles em entrevista ao G1.

Hoje casado e pai de dois filhos, de três e cinco anos, o cantor e pastor evangélico é o maior sucesso de público gospel brasileiro. Foi o maior vencedor do Troféu Promessas de 2012 e cantou no festival homônimo, transmitido pela TV Globo no sábado (15).

 G1 - No Troféu Promessas, você agradeceu à Ana Paula Valadão [cantora do Diante do Trono], disse que ela era um exemplo. Por quê?
Thalles - Quando comecei a acompanhar a música gospel, ainda estava no Jota Quest. Ouvia a Ana Paula cantando e me sentia intrigado. Como uma pessoa no começo de sua juventude abria mão disso para viver Deus? Não era o que eu vivia, e isso me deixava confuso. Hoje consigo entender uma pessoa jovem dar sua vida para Deus. O jovem quer curtir, quer balada, quer festa, quer aproveitar sua juventude. Ela gastou a juventude dela falando de Deus. Isso é um exemplo para todos nós.

G1 - O que te fez mudar de ideia?
Thalles - Foi a minha conversão mesmo. A minha aceitação de Jesus como salvador. Mudei de opinião e comecei a olhar as coisas com a perspectiva de Deus. É muito legal ser um instrumento, andar pelo Brasil falando de Deus. Hoje faço parte desse time.

 G1- Metade das atrações do Festival Promessas [Thalles, Diante do Trono e André Valadãox] veio de uma igreja só, a Batista da Lagoinha de Belo Horizonte. É uma igreja milagrosa? Qual é sua história nela?
Thalles - Ela é muito especial. A música gospel mineira tem uma proporção gigantesca no meio. Tem uma pessoa especial, o Pastor Márcio Valadão, pai do André e da Ana Paula. E é “meu pai” também, me ajudou muito no início da carreira - financeiramente, espiritualmente, como amigo, orando por mim, pagando minhas dívidas, minhas contas, me aceitando e deixando participar do culto. Lá é sim um celeiro de talentos.

G1 - Quanto tempo você tem de carreira, e quanto na música evangélica?
Thalles - Eu canto desde cinco anos, estou com 35. Carreira eu considero desde que se começa a levar a música a sério. Aos 15 anos eu decidi não fazer nada além de cantar. Então são 20 anos. Música gospel são três anos. É um tempo curto para esse nível de reconhecimento. Mas eu acredito que é uma coisa de Deus mesmo, ele me separou para fazer isso.

 G1 - Qual a diferença, para você, entre ser músico e ser músico gospel?
Thalles - A mensagem mesmo. O que o músico secular que falar é da vida dele - amor, namoros, traições, noitadas. A gente fala das nossas experiências com Deus. A alegria que sentimos, a bênção que é você não guiar sua vida, mas deixar Deus dirigir tudo.

G1 - No clipe de “Deus da minha vida” você conta uma história sobre iluminação. Como aconteceu?
Thalles - Eu estava em um hotel em Curitiba com um amigo no quarto, a gente estava usando drogas. Ele começou a me agredir com algumas palavras, dizendo que meu objetivo era destruir a vida das pessoas. Ele me ofendeu muito. Naquele momento eu comecei a refletir sobre tudo o que eu estava fazendo, a maneira que estava conduzindo minha vida, minhas baladas, noitadas, “chapações”. Meu contato com a droga vinha me prejudicando e também às outras pessoas. Decidi voltar para a casa do pai. Foi como se a luz de Deus viesse dentro do meu quarto e dissesse: “Meu filho, você esta perdido pra caramba, precisa endireitar seu caminho”.

G1 – Era uma viagem de turnê?
Thalles - Estava em turnê com o Jota Quest.

 G1 – E como você fez? Anunciou no outro dia que ia sair da turnê?
Thalles - Comecei a pedir para Deus em orações para mostrar o meu caminho. Eu não tinha como sair, dali eu tirava meu pão, o sustento da minha família. E Deus começou a me levar para o caminho que ele tinha para mim. As coisas começam a acontecer sem que você tenha controle sobre elas. As portas começaram a se abrir. Depois disso eu ainda fiquei dois anos no Jammil e Uma Noites. Depois é que eu realmente decidi sair. Primeiro eu parei de fumar, de usar drogas, de me prostituir. Fui cortando tudo o que me atrapalhava e atrapalhava a vida das pessoas.

G1 - Se prostituir em que sentido?
Thalles - No sentido de pegar todo mundo, pegar mulher casada, ficar com um monte de mulher, fazer suruba, rolava tudo. Aí Deus foi me ensinando que a vida não era assim, eu tinha sido criado para ter uma família, para viver uma vida em paz.

 G1 - Você já compôs para artistas seculares como Seu Jorge. Pretende continuar fazendo isso?
Thalles - Não, agora estou 100% com o gospel. A gente fala da nossa verdade, e aquilo não é minha verdade. Eu faço algumas músicas românticas, canto para minha esposa. Talvez no futuro a gente possa gravar um disco de músicas românticas para a família.

G1 - Seu show tem presença de black music. Quais são suas influências musicais?
Thalles - Lionel Ritchie, Stevie Wonder, Michael Jackson, Lenny Kravitz, Dianna Ross. Foram as coisas que eu mais ouvi. Também Mariah Carey, Boyz II Men.

G1 - Ainda escuta música secular?
Thalles - Hoje eu não ouço nem música secular nem gospel. Eu quero tirar a minha essência do coração.

G1 - Como você avalia hoje sua experiência no Jota Quest?
Thalles - Foi muito positivo. Eu sou amigo dos meninos até hoje, a gente conversa sempre. Acho que eu aprendi muito ali. Acho que meu som não tem nada a ver com Jota Quest. Mas aprendi a passar a verdade ali no palco. Ter presença de palco, fazer entrevistas. Foi um tempo de muito aprendizado em todos os aspectos.

G1 – Mas voltaria para uma turnê?
Thalles - Não, em hipótese alguma.

sábado, 8 de dezembro de 2012

Homenagens pelo dia de Nossa Senhora da Conceição

Esse ano, o ritual da lavagem comemora 30 anos

Devotos recepcionam a chegada da santa na Catedral (Fotos: Portal Infonet)
Fiéis e seguidores de religiões afro participaram da tradicional lavagem das escadarias da catedral Metropolitana de Aracaju que este ano comemora 30 anos. O ritual é em comemoração ao 8 de dezembro, Dia de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, padroeira da capital sergipana.
A concentração dos integrantes de terreiros de Sergipe ocorreu logo pela manhã na Colina do Santo Antônio e o cortejo formado por seguidores do Candomblé e mães de santo percorreu algumas ruas do centro da cidade em direção a Igreja matriz da cidade.
Por volta das 13h30, a lavagem das escadarias teve início com a chegada do cortejo que trouxe a imagem de Nossa Senhora da Conceição e contou com a presença de fiéis a igreja católica e de filhos do candomblé que foram prestar uma homenagem à santa.
A presidente da Comissão de Terreiros e Centros de Umbanda de Sergipe, Angélica de Oliveira, foi recepcionada por representantes da igreja católica. Por uma determinação da igreja, desde o ano de 2010 não é permitida à entrada dos adeptos das religiões afro-brasileira na Catedral para realizar a lavagem.
Missa
Imagem de Nossa Senhora da Conceição
Logo no período da manhã deste sábado, devotos participaram da missa solene em ação de graça a Nossa Senhora da Conceição. A missa foi celebrada pelo arcebispo de Aracaju, Dom José Palmeira Lessa. “Nossa Senhora da Conceição é Imaculada. Ela se tornou como disse um anjo cheia de graça. Imaculada cheia da graça de deus”, relata o arcebispo.
Quem também esteve participando da homenagem foi a dona Vânia. Devota há anos, ela participa das homenagens à santa e faz questão de estar presente na missa. “É a nossa senhora quem intercede por nós. Ela é amor, harmonia e fé. Esse dia é uma preparação dos fieis para o Natal e para o novo ano que se inicia”, diz.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Feira da Providência vai desta quarta-feira a domingo

DESTAQUES EM BRASIL

RIO - "O Rio está em festa". A frase, que traduz o clima alegre da cidade, eleita Patrimônio Mundial pela Unesco e que abrigará a Jornada Mundial da Juventude em 2013, a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016, é o tema da 52ª Feira da Providência, que começa nesta quarta-feira, no Riocentro, e vai até domingo. Expositores de 38 países e de 13 estados brasileiros participam do evento, que marca ainda o lançamento do Passaporte da Cidadania para Cultura Digital, programa da Pastoral do Menor do Rio, cujo objetivo é oferecer alternativas de atendimento a crianças e jovens em situação de rua. A cerimônia de inauguração do evento começa às 11h, com a presença do Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta.
A feira, que será aberta ao público ao meio-dia, é organizada pelo Banco da Providência. Nesta edição, ocupará uma área de 35 mil metros quadrados dividida em setores como moda, casa e decoração, cultura e educação. O tradicional supermercado, que vende cerca de mil itens como chocolates, massas e doces, terá 600 metros quadrados este ano. É o maior estande do evento.
Outra novidade é a presença do Instituto Zuzu Angel, que fará a curadoria de desfiles de moda diários. A passarela ficará na área de moda, que terá 60 expositores, entre grifes cariocas e estilistas independentes.
- Modelos de um projeto da Rocinha estarão entre as manequins que vão desfilar - conta Clarice Linhares, superintendente do Banco da Providência - Além disso, os carpetes usados são reciclados e as camisetas da equipe são ecológicas, feitas de PET.
Nos últimos anos, a feira passou a ocupar apenas dois pavilhões do Riocentro e, segundo Clarice, a redução foi uma opção dos organizadores:
- Somos parceiros do Ibope, que faz pesquisa com os frequentadores. Os entrevistados gostavam da feira, mas achavam grande demais, e ficavam cansados de tanto andar. Por isso reorganizamos os expositores - conta Clarice.
A superintendente diz ainda que a mudança possibilitou a diminuição de custos.
- Numa área menor podemos fazer um evento mais bonito, seguro e econômico. Afinal, a renda obtida na feira representa 60% do orçamento dos projetos sociais mantidos pelo Banco da Providência.
Turquia entre os destaques
Para atrair quem gosta de comprar itens que estão na moda, a feira não poderia deixar de fora do setor internacional o estande da Turquia, país que faz sucesso na novela "Salve Jorge", da Rede Globo. Já entre os estados brasileiros, os destaques são as peças feitas com palha de Buriti na Bahia, e os acessórios em fuxico vindos de Mina Gerais. O evento terá ainda, como todo ano, um setor de gastronomia com representantes das cozinhas nacional e internacional.
A Feira da Providência ficará aberta ao público até domingo, das 12h às 23h. O Ingresso custa R$ 14 (inteira) e R$ 7 (meia entrada). Crianças até um metro não pagam a entrada e idosos pagam meia.
Um passaporte sobre rodas para um futuro mais promissor
Uma das novidades da Feira da Providência deste ano, o Passaporte da Cidadania para Cultura Digital é um projeto da Pastoral do Menor do Rio que vai funcionar dentro de um ônibus adaptado. A partir do ano que vem, o veículo percorrerá os bairros da cidade oferecendo serviços de inclusão social para crianças e jovens em situação de rua. No lançamento do projeto estarão presentes Romeu Cortes Domingues, Antonio Cesar Siqueira, Maria Christina Noronha de Sá e Padre Aldo Aldo de Souto, conselheiros da pastoral.
O Passaporte da Cidadania será um legado da Jornada Mundial da Juventude, segundo a superintendente do Banco da Providência, Clarice Linhares. A meta da Pastoral do Menor é atender 200 crianças e adolescentes, especialmente os que têm problemas relativos com o abuso de drogas, principalmente o crack.
- Toda jornada deixa um legado para a cidade sede e, nesta edição, estarão trabalhando a questão do uso de drogas. Vamos receber esses jovens no ônibus, onde eles serão atendidos por educadores e poderão participar de atividades - diz Clarice.
Ela acrescenta que os interessados em sair das ruas serão encaminhados para projetos parceiros da pastoral.
- O Banco da Providência e o projeto Ex-Cola, que trabalha com jovens em situação de risco, estão participando.
A metodologia educacional desenvolvida e testada para ser implantada no ônibus tem como foco a cultura digital e as novas ferramentas da tecnologia da informação, pois leva em consideração que, mesmo moradores de áreas pobres, muitos destes jovens já acessam a internet quase que diariamente. O projeto terá equipe especializada para realizar o atendimento social, promover atividades de prevenção ao consumo de drogas e fazer encaminhamentos para os mais diferentes tipos de serviço.