Austrália e Canadá ganham os primeiros de seus países durante a cerimônia
Bento XVI celebra cerimônia de canonização no Vaticano
(Christophe Simon / AFP)
Diante de aproximadamente 100.000 pessoas, o pontífice celebrou a oitava cerimônia de canonizações em seus cinco anos de pontificado
O papa Bento XVI proclamou neste domingo seis novos santos, entre eles a australiana Mary Hellen Mackillop (1842-1909) e o canadense Alfred Bessette (1845-1937), os primeiros de seus países. Diante de aproximadamente 100.000 pessoas, o pontífice celebrou a oitava cerimônia de canonizações em seus cinco anos de pontificado, das quais sete foram no Vaticano e uma no Brasil, em maio de 2007, quando Frei Galvão foi proclamado santo. Durante o evento, Bento XVI também ressaltou a necessidade de se rezar sempre, "sem se cansar".
Os outros santos são a freira espanhola Cándida María de Jesús (1845-1912), fundadora das Filhas de Jesus; o polonês Stanislaw Soltys Kazimierczyk (1433-1489), sacerdote dos Canônicos Regulares Lateranenses; e as freiras Giulia Salzano (1846-1929), fundadora da Congregação das Irmãs Catequistas do Sagrado Coração, e Camilla Battista da Varano (1458-1524), da Ordem de Santa Clara. Com eles, já são 34 os santos canonizados desde 2005, período no qual o papa também beatificou 600 fiéis, em sua maioria, espanhóis.
O papa Ratzinger declarou que neste domingo foi renovada a festa da santidade e que os seis novos santos lembram que, diante de uma ofensa, "deve haver justiça, mas sobretudo rezar, sempre". "Muitas vezes nos cansamos de rezar. Temos a impressão de que a prece não é útil para a vida, que é pouco eficaz. Por isso, ficamos tentados a empregar todos os meios humanos para alcançar nossos objetivos, e não recorremos a Deus. Jesus, pelo contrário, afirma que é necessário rezar sempre", pontuou.
Bento XVI ressaltou, ainda: "Deus é a generosidade personificada e é misericordioso, sempre está disposto a escutar as nossas preces, e não é preciso se desesperar. Temos que insistir sempre na reza". A missa teve a presença de 185 prelados do Oriente Médio que assistem no Vaticano ao Sínodo de Bispos para essa região do mundo, onde os cristãos representam 1,6% da população.
Os novos santos - Sobre os novos santos, o pontífice os pôs como modelo a se seguir. De Mary Hellen Mackillop, exaltou sua dedicação à educação das jovens pobres em uma Austrália rural. A nova santa chegou a enfrentar a hierarquia católica de seu país e foi excomungada, embora apenas temporariamente, pelo bispo de Adelaide por denunciar um padre pedófilo. O papa não citou esse episódio, mas ressaltou os inúmeros desafios que as freiras têm que enfrentar.
Sobre o primeiro santo canadense, da Congregação da Santa Cruz, que foi porteiro do colégio Notre Dame, em Montreal, destacou que ele conheceu o sofrimento e a fome, manifestou uma caridade ilimitada e se dedicou a aliviar o sofrimento de pessoas que se aproximavam dele.
Quanto à santa Cándida María de Jesús, destacou sua vida voltada somente para Deus e a criação da congregação Filhas de Jesus, presente em 17 países e que conta com 1.500 irmãs. Já do santo polonês, salientou que toda sua vida esteve ligada à eucaristia.
Sobre as santas italianas, exaltou a união da preparação pedagógica ao fervor espiritual de Giulia Salzano e o trabalho para reformar a espiritualidade feminina de Camilla Battista de Varano.
A delegação da Polônia foi liderada pelo presidente do país, Bronislaw Komorowski; a espanhola, pelo Secretário de Estado de Justiça, Juan Carlos Campo Moreno; a do Canadá, pelo ministro de Assuntos Exteriores, Lawrence Cannon; a da Austrália, também pelo titular de Exteriores, Kevind Rudd, e a italiana, pelo subsecretário da Presidência do Governo, Gianni Letta.
(Com agência EFE)